O que se aprende improvisando?
Improvisar é um termo cotidianamente utilizado quando se quer expressar que não nos preparamos para algo e precisamos resolver um problema de última hora. Nesta concepção, a ideia de improvisar está bastante associada à falta de preparo e à provável falta de qualidade. Mas também traz a ideia de algo que será feito sem um roteiro prévio e, neste aspecto, se aproxima do conceito de improvisação teatral.
A improvisação pode acontecer em diferentes áreas do conhecimento e é bastante frequente na Arte. Os músicos ou os dançarinos improvisam em muitas de suas apresentações, o que significa que nem tudo o que fazem foi previamente ensaiado.
No teatro, a improvisação pode ocorrer no momento da apresentação, e alguns espetáculos são estruturados de forma a que a improvisação ocorra permanentemente.
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O uso improvisação em cena não é algo novo e num outro post falarei sobre esta história, mas quero comentar sobre a improvisação antes da apresentação, a apresentação como uma forma de se expressar.
Alguns autores escreveram sobre diferentes formas de representar. Existe muita pesquisa sobre o trabalho do ator. Você pode saber mais sobre esse assunto pesquisando alguns dos encenadores que apresentaram propostas e perceber a diferença entre eles. Dois nomes muito conhecidos entre os vários existentes são o do russo Constantin Stanislavski (1863-1938) e o do inglês Peter Brook (1925).
Alguns autores escreveram sobre diferentes formas de representar. Existe muita pesquisa sobre o trabalho do ator. Você pode saber mais sobre esse assunto pesquisando alguns dos encenadores que apresentaram propostas e perceber a diferença entre eles. Dois nomes muito conhecidos entre os vários existentes são o do russo Constantin Stanislavski (1863-1938) e o do inglês Peter Brook (1925).
Uma autora que escreveu muitas propostas de jogos teatrais tendo a improvisação como base foi a norte-americana Viola Spolin (1906-1994). Nos seus livros é possível encontrar muitos jogos e descobrir maneiras de explorar essa forma teatral, essa forma de criação que pode ocorrer para a criação das cenas ou, como na Cia. do Quintal, ser uma proposta que permanece até o final da apresentação.
Na proposta de Spolin, a improvisação irá ocorrer por meio dos Jogos, claramente sintetizados por Ingrid D. Koudela:
Spolin sugere que o processo de atuação no teatro deve ser baseado na participação em jogos. Por meio do envolvimento criado pela relação de jogo, o participante desenvolve liberdade pessoal dentro do limite de regras estabelecidas e cria técnicas e habilidades pessoais necessárias para o jogo. À medida que interioriza essas habilidades e essa liberdade ou espontaneidade, ele se transforma em um jogador criativo. Os jogos são sociais, baseados em problemas a serem solucionados. O problema a ser solucionado é o objeto do jogo. As regras do jogo incluem a estrutura (Onde, Quem, O Que) e o objeto (Foco) mais o acordo de grupo (Koudela: 1990:43).
Esta não é a única maneira de improvisar, outros autores e encenadores trabalham a improvisação tendo diferentes perspectivas e diferentes maneiras de propor. Vale a pena conhecer um pouco para poder escolher o que é mais adequado para você e para seu grupo de alunos.
Por que a improvisação é uma forma importante de ensinar teatro?
Da mesma forma que acontece na cena teatral, quando criamos este espaço de improvisação na escola, possibilitamos aos alunos que encontrem soluções pessoais para a elaboração de cenas, para a criação de personagens, para que encontrem os gestos necessários. Se não ofereço uma definição prévia sobre como a cena deve ocorrer, possibilito que muitas soluções sejam exploradas, levando à criação.
Outro aspecto significativo na improvisação é a prontidão. Quando não temos um roteiro prévio, precisamos encontrar soluções à partir dos recursos que temos e que muitas vezes nem sabemos que estavam ali. Neste sentido, improvisar é um exercício que exige a capacidade de me virar, de encontrar nos cantos do meu corpo soluções para o que é necessário fazer.
Por fim, a presença é outro conceito que será explorado na improvisação. Se não estamos presentes, atentos ao espaço, a si mesmo e às pessoas com quem estou improvisando, nada irá acontecer.
Nesse sentido, a improvisação pode ser interessante quando o objetivo da atividade com os alunos é o desenvolvimento da criatividade, a busca de soluções para um problema, o desenvolvimento da prontidão e da presença. Essas habilidades são importantíssimas para a realização de várias ações cotidianas, nas quais precisamos encontrar soluções para quando a vida não ocorre conforme o planejado, ou para a criação em outras áreas de conhecimento, como a produção de texto ou ainda, a capacidade de trabalhar em grupo, ouvindo o outro.Muito mais poderíamos falar sobre este tema, que é vasto, mas paro por aqui e volto a ele em outros momentos!
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