Pescadora de ilusões
Assisti esta peça no teatro Polytheama de Jundiaí no dia seguinte de uma noite de tempestade. A peça começa com uma chuva, semelhante a que se ouvia na noite anterior, só que desta vez a chuva era só dentro do teatro.
Os efeitos deste espetáculo valem a pena! A composição das cenas que unem cenário, figurino, iluminação e sonoplastia nos permitem entrar nas diferentes histórias narradas.
A peça parte do livro A mulher que matou os peixes, de Clarice Lispector e vai contando sobre a autora, que gostava tanto de animais. As personagens questionam o público sobre a possibilidade de perdoar esta mulher que matou os peixes de seus filhos, por descuido.
Algumas cenas, como a que caem bolhas de sabão são poesia em movimento. As duas atrizes conseguem dominar o espaço do palco, mesmo sendo um palco grande como do Polytheama e dialogam com a plateia, em sua maioria crianças. As capas de chuva com que começas também são lindas, um ótimo exemplo de como um figurino transforma uma cena.
Há momentos que a peça assume um tom de moral a ser aprendida, tom desnecessário, pois a ideia de pedir perdão e contar sobre as histórias de Clarice Lispector dispensa a lição de casa. De qualquer forma, a beleza das cenas vale a pena!
FICHA TÉCNICA
Elenco: Carol Badra e Mel Lisboa.
Dramaturgia e direção: GpeteanH.
Diretor Assistente: Arnaldo D’Ávila.
Diretor de Arte: Marco Lima.
Diretor Musical: Pedro Paulo Bogossian.
Coreografia: Chris Matallo.
Iluminação: Alessandra Domingues.
Direção Técnica: Yuri Fabiano.
Confecção de bonecos e adereços: Zé Valdir Albuquerque
Costureira: Zezé de Castro
Fotos: Deborah Schcolnic.
Direção de Produção: Cristiani Zonzini.
Direção Geral: GpeteanH.