A máscara

A máscara é um elemento presente no teatro desde tempos longínquos! No “Dicionário do Teatro Brasileiro” (SESCSP e Ed. Perspectiva) encontramos a seguinte definição: É aquilo que encobre o rosto, o corpo, ou partes do rosto e do corpo. Transforma o mascarado em outro ser, tornando-o um arquétipo. Representa uma ideia, um tipo ou os anseios de uma comunidade ou de indivíduos. Está presente em todas as culturas, utilizada em rituais ou festas populares. Marca o início do teatro.”

Algo que identificamos em todas as culturas, desde quase sempre, certamente é algo para ser observado com mais atenção. Por que será que a confecção de máscaras é tão significativa para a humanidade?

Certamente podemos responder esta pergunta com considerações psicológicas, sociológicas ou circunscrita no campo da cena, mas o fato é que a confecção de uma máscara é algo que pode solicitar de quem a faz diferentes questionamentos sobre o que ele pretende representar, sobre como representar, sobre quais materiais utilizar.

Disponível em https://www.facebook.com/R.IbericaMascara/photos/mascaras-do-teatro-grego-muitas-com-mais-de-2100-anos/1718245368241456/

A máscara pode ser escolhida em uma cena como forma de uniformizar um grupo. Os coros no Teatro Grego faziam uso de máscaras que davam esta unidade, tendo a função de estilizar ou caricaturizar o rosto. No post no qual comento sobre a peça “A trágica história de Édipo Rei” (em http://teatronasaladeaula.com.br/a-tragica-historia-do-rei-edipo/) é possível ver imagens das máscaras utilizadas nesta representação atual deste texto de Sófocles.

Na Comédia dell’Arte as máscaras definem as características de cada um dos personagens, o que permite que possamos identificar o personagem pela máscara.

 

Disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/

Ao escolhermos o trabalho com máscaras em sala de aula é importante definirmos com precisão qual será sua função, pois poderemos lançar mão de uma máscara para padronizar e esconder o rosto e as expressões de todos, mas também podemos utilizar este elemento cênico como uma maneira de potencializar emoções e características da personagem.

Vale sempre lembrar que a construção de uma máscara poderá ser um processo potente, seja de conhecimento de si ou do personagem que cada um irá representar.

Lelê Ancona

Professora de teatro desde 1986, tenho trabalhado em todos os níveis de ensino nos últimos 15 anos, principalmente com formação de professores. Minha graduação foi em Artes Visuais, na Faculdade Santa Marcelina, em SP, mas como já fazia teatro, fiz a Especialização em Teatro e Dança na ECA/USP, onde entrei em contato com os Jogos Teatrais da Viola Spolin, que foram marcantes para minhas escolhas como docente.

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