Visitando Sr. Green

Ver um ator como Sérgio Mamberti em cena é algo que faz com que qualquer plateia se sinta encantada com esta forma de Arte. Para além da qualidade da peça, sua atuação nos envolve, faz com que fiquemos entre a admiração de ver alguém com seu histórico de ator e as angústias vividas pelo personagem.

Fotos: Indiara Duarte, retirada de https://www.sescsp.org.br/online/artigo/10964

O programa da peça faz sua descrição neste texto: “Um pequeno acidente de trânsito nas ruas de Nova York, que quase resultou num atropelamento, acaba provocando a aproximação entre o Sr. Green, um velho e solitário judeu ortodoxo, e Ross Gardner, um jovem executivo de 29 anos, que foi acusado de negligência na direção. O juiz Kruger decide que a pena consiste em prestar serviço comunitário junto à vítima uma vez por semana, pelos próximos seis meses. A partir disso, a ação se passa no velho apartamento de Sr. Green e revela pouco a pouco a personalidade e a história de cada um.”

Fotos: Indiara Duarte

A atualidade da peça se evidencia tanto pelo fato de a intolerância continuar sendo motivo de conflitos permanentes em todo o mundo, como por vivermos o preconceito relativo ao homossexualismo ou a pouca inclusão de velhos na nossa sociedade. A solidão perpassa as histórias, que se cruzam na necessidade de cada um encontrar alguém que possa estabelecer pontes, o que só será possível pelo afeto construído neste convívio obrigatório.

Os dois atores emocionam, os elementos da cena compõem com a atuação, com a proposta, com a concepção. Ninguém rouba a cena! Mesmo Sérgio Mamberti, que poderia roubar, divide, compartilha, demonstra sua generosidade com o público e com a equipe.

 

Ficha técnica:

Fotos: Indiara Duarte

Autor: Jeff Baron

Tradutora: Rachel Ripani

Direção: Cassio Scapin

Assistente de direção: Ando Camargo

Elenco: Sergio Mamberti e Ricardo Gelli

Cenário: Chris Aizner

Figurino: Fabio Namatame

Luz: Wagner Freire

Trilha sonora: Daniel Maia

Direção de produção: Carlos Mamberti

Patrocínio: Porto Seguro

Vi este espetáculo no SESC Jundiaí, não encontrei referências sobre onde e quando estarão em cartaz, mas vale a pena ficar de olho!

Lelê Ancona

Professora de teatro desde 1986, tenho trabalhado em todos os níveis de ensino nos últimos 15 anos, principalmente com formação de professores. Minha graduação foi em Artes Visuais, na Faculdade Santa Marcelina, em SP, mas como já fazia teatro, fiz a Especialização em Teatro e Dança na ECA/USP, onde entrei em contato com os Jogos Teatrais da Viola Spolin, que foram marcantes para minhas escolhas como docente.

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