Teatro de arena

Teatro de Arena no CCSP, São Paulo.

O formato do teatro de arena é possivelmente a estrutura mais antiga que conhecemos na história do teatro ocidental.

Na Grécia Antiga, as arenas não se destinavam apenas a representações teatrais, mas acolhiam outras formas de diversão social, como os jogos de gladiadores.

Tais teatros, além de serem conhecidos por sua importância histórica, possuem um formato bastante específico e vale a pena conhecê-lo um pouco mais, já que ele propõe um determinado tipo de encenação que se diferencia do Palco Italiano em variados aspectos. Para quem não sabe o que é um Palco Italiano, aqui vai uma explicação brevíssima: é o teatro no qual o palco fica de um lado e a plateia do outro, sendo que a abertura do palco fica em apenas um dos lados, o que faz com que ator e espectador fiquem frente a frente.

O que mais me interessa no formato do Teatro de Arena é exatamente a relação que ele propicia entre a encenação e a plateia, já que esta fica em volta de toda a cena — ou praticamente toda —, como pode ser visto na imagem abaixo.

TEATRO DE ARENA. Imagem disponível em https://slideplayer.com.br/

O fato de ter plateia em diferentes direções, propõe para a cena uma elaboração que inclui todo o corpo do ator, além de um possível diálogo com os espectadores, mesmo que seja apenas pelo olhar.

A concepção da cena deve levar em conta esta característica e a movimentação dos atores precisa ter em mente a diversidade de pontos de vista, mesmo quando a arena não é de 360 graus.

 Teatro de arena “Eugênio Kusnet”

Ao pensarmos no trabalho com alunos, neste formato de cena, com toda certeza rompemos com a ideia de que o que importa é a frente do corpo ou a fala. A cena na arena precisa incorporar o todo do ator, sua presença total, o que a torna um ótimo instrumento para explorar a importância de estar com o corpo todo enquanto atuamos.

Lelê Ancona

Professora de teatro desde 1986, tenho trabalhado em todos os níveis de ensino nos últimos 15 anos, principalmente com formação de professores. Minha graduação foi em Artes Visuais, na Faculdade Santa Marcelina, em SP, mas como já fazia teatro, fiz a Especialização em Teatro e Dança na ECA/USP, onde entrei em contato com os Jogos Teatrais da Viola Spolin, que foram marcantes para minhas escolhas como docente.

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